Versão aventureira do hatch tem preços entre R$ 48.755 e R$ R$ 54.455.
Sedã chega em março para completar a gama de entrada da marca.
Os dois modelos que faltam para completar a linha HB20, da Hyundai,
chegam praticamente juntos. O primeiro deles é a versão aventureira do
hatch, o HB20X, que começa a ser entregue em 20 de fevereiro, por preços
sugeridos entre R$ 48.755 (Style manual) e R$ 54.455 (Premium
automático). Ele foi a atração da montadora no
Salão de São Paulo,
em outubro passado. Já a versão sedã, mantida em segredo, está prevista
para estrear em março, mas ainda não tem os preços divulgados.
Confira a tabela de preços do novo Hyundai HB20X
Style Manual - R$ 48.755,00
Style Automático - R$ 51.955,00
Premium Manual - R$ 51.255,00*
Premium Automático - R$ 54.455,00*
(*Válido para qualquer opção de rádio)
Pintura:
Metálica - R$ 1.045,00
Perolizada - R$ 1.245,00
O
HB20X
é, na verdade, um hatch com aplicações de crossover, o que se traduz
por mudanças estéticas como para-choques dianteiros e traseiros
redesenhados na cor preta, vincos mais marcados para dar um ar
esportivo, grade em formato hexagonal, novo desenhos dos faróis de
neblina e faróis com máscara negra misturada a detalhes cromados. Para
completar o visual, a coluna B (central ao olhar o carro de lateral)
também recebe a cor preta.
Internamente, o modelo se difere do HB20 “normal” pelos bancos com
costura dupla no tecido e pedaleiras esportivas prateadas, na versão
Style, ou em alumínio, na versão Premium, esta última ainda leva
revestimento do volante e da manopla de câmbio em couro.
Na estrutura do carro, as únicas alterações feitas foram o aumento da
rigidez da suspensão, o que deixou o hatch mais firme ao dirigir, e a
altura em relação ao solo 40 mm maior. O motor é o mesmo 1.6 do HB20, o
16V DOCH CVVT flex de 128 cavalos de potência (etanol) a 6.000 rpm e
16,5 kgfm de torque máximo a 5.000 rpm. Há ainda a opção de câmbio
manual (5 marchas) ou automático (4 marchas) tanto para a versão Style
quanta para a Premium.
De acordo com a Hyundai, o modelo ganhou a etiquetagem B do Inmetro, no
programa que avalia o consumo de combustível
de carros à venda no Brasil, por oferecer autonomia de 565 km com o
tanque de 50 litros abastecido com gasolina e em percurso urbano. As
notas do instituto vão de A, para os mais eficientes, a E.
Destaque para o sistema de áudio
(Foto: WM PHOTO STUDIO / Divulgação)
Itens extras
Para justificar também a diferença de preço para o HB20 sem os apliques
“cross”, que sai por R$ 42.995 na versão 1.6 Comfort Style, o
HB20X
oferece ainda áudio Hyundai BTH com Bluetooth e comandos no volante. A
versão Premium oferece também chave com comando de abertura e fechamento
dos vidros, acendimento automático dos faróis e alarme com sensor de
presença e inclinação.
Do HB20, a versão X herda ar-condicionado, direção hidráulica, airbag
duplo e contornos das saídas de ar, da manopla e dos botões de áudio no
volante na cor preta. Como em todos os HB20 1.6, freios ABS com EBD
(distribuição eletrônica de frenagem) são itens de série. Os pneus são
os mesmos, já que a Hyundai optou por não adotar pneus mistos na versão
aventureira.
Mudanças não influenciam a condução
(Foto: WM PHOTO STUDIO / Divulgação)
Ao dirigir
O
G1 avaliou o carro em um percurso de Guarulhos (SP) a
Campos do Jordão (SP), de pouco mais de 200 quilômetros. Como era de se
esperar, as mudanças estéticas não influenciam em nada a condução de
dirigir e nem o tipo de acabamento. São meros detalhes que cabem ao
consumidor achar se valem a pena bancar ou não. O HB20X mantém o alto
padrão de qualidade de acabamento visto no HB20 e que, junto com o
design, chamou tanto a atenção dos consumidores ao considerar a
categoria que ele faz parte.
Em relação à posição de dirigir, nada se difere do HB20 normal. A
ergonomia é bem confortável, a visibilidade é boa, mas não dá uma
sensação nova ao condutor, como acontece com o
Volkswagen CrossFox em relação ao
Fox.
Hyundai HB20X perde fôlego nas subidas
(Foto: WM PHOTO STUDIO / Divulgação)
Na terra, os 40 mm a mais de altura em relação ao solo também não
fizeram diferença, até porque a estrada acidentada do teste, onde
qualquer automóvel passaria, não exigiu muito do carro.
Essa altura é mais para reforçar a sensação de que se trata de um carro
diferente do HB20 do que qualquer outra coisa. Diferença mesmo faz a
suspensão mais firme, que dá mais segurança nas curvas de estradas e ao
passar ou desviar dos buracos em off-road. De maneira geral, o carro é
estável, apesar de chacoalhar bem quando passa por obstáculos (o que
inclui lombadas e valetas).
Já o motor desenvolve de forma muito satisfatória a aceleração do carro
nas retas, com bom desempenho do câmbio automático, mas deixa muito a
desejar nas subidas. Ele perde o pique rapidamente, o que obriga
reduções de marchas para segunda e primeira. Ao perder rapidamente a
empolgação em aclives mais íngremes, a condução fica sem graça,
lembrando que o HB20X só tem na versão 1.6 e que os circuitos "off-road"
exigem mais do carro.
Espaço dos bancos traseiros
(Foto: WM PHOTO STUDIO/Divulgação)
Outro sacrifício do HB20X, ao considerar seus principais concorrentes
CrossFox e Renault Sandero Stepway, é o espaço pequeno para as pernas
dos passageiros traseiros, ainda mais se o motorista for alto. Ou seja,
na hora de fazer viagens que exijam mais bagagens, contar com os
assentos traseiros para deixar um travesseiro, mala pequena ou sacolinha
que não coube no porta-malas pode sacrificar o bem estar de que vai
atrás.
Conclusão
O custo-benefício do HB20X não chega perto do HB20, mas a Hyundai
aposta nele como imagem em um nicho que cresce no Brasil, especialmente
entre o público feminino. De acordo com o gerente de produto da Hyundai
do Brasil, Rodolfo Stopa, o segmento de modelos com estética
"aventureira" cresceu 9% em 2012 sobre 2011, para 91 mil carros.
A ideia da montadora sul-coreana é vender 10 mil unidades do HB20X
anualmente. “Entre HB20, HB20X e o sedã queremos vender 150 mil unidades
no ano”, afirma Stopa, referindo-se à capacidade da fábrica de
Piracicaba, no interior de São Paulo.
Mais uma vez, dentro das opções do mercado, cabe ao consumidor gostar
do visual do carro e achar que vale a pena colocar dinheiro em mudanças
mais estéticas do que funcionais, apesar dos itens extras. De forma
geral, faltam surpresas nesta área "cross" do mercado brasileiro de
compactos.